Como todos sabemos, sempre que se fala em gorduras, há sempre a tendência para comparar entre as gorduras vegetais e as gorduras animais. Isto porque o consumo exagerado de alguma delas ou de ambas é decerto prejudicial à nossa saúde.
Gordura animal ou vegetal, o que devemos escolher? Qual a melhor gordura a consumir? Que vantagens ou desvantagens existem entre ambas?
A questão existente entre as duas, prende-se com as vantagens ou desvantagens na ingestão de ácidos gordos, saturados, mono ou polinsaturados.
No meio desta polémica, raramente se fala de uma questão vital que é o equilíbrio, ou a sua falta, entre o consumo de ácidos gordos ômega 6 e ômega 3 (são tanto um como outro elementos importantes na constituição das nossas membranas celulares) e que influenciam significativamente o mecanismo na resposta à inflamação, assim como a manutenção da nossa pressão arterial. Constituem igualmente uma proteção contra doenças cardíacas graves, até mesmo as mortais. Apresentam ainda propriedades anti-inflamatórias. Os ácidos gordos ómega 3 são ainda essenciais na prevenção da diabetes e alguns tipo de cancro.
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Então porque será este assunto assim tão importante?
Primeiramente esclarecemos que estes dois tipos de ácidos gordos (ômega 3 e 6) denominam-se essenciais, por que o nosso corpo não os consegue sintetizar. A questão principal prende-se com a situação de que no nosso dia a dia consumimos muitos alimentos em que abundam o ômega 6, tal como as manteigas, os bolos e biscoitos, os óleos vegetais e bolachas e consumimos muito pouco ômega 3 que está presente no pescado (peixes gordos) e também em alguns frutos e sementes.
Após a ingestão de ômega 6, os ácidos sofrem uma transformação no nosso corpo dando origem a diferentes moléculas que são prejudiciais à nossa saúde por terem propriedades inflamatórias. No caso do ómega 3 acontece precisamente o contrário. Por isso uma alimentação onde se verifique um equilíbrio entre estes dois ácidos graxos é de vital importância. Este equilíbrio é muito importante no tratamento de várias doenças, como é o caso do câncer, doenças neurológicas e cardiovasculares.
Que podemos fazer para que haja um maior equilíbrio entre ambos?
Nesta nossa ronda pelas diferentes gorduras, podemos afirmar que os óleos vegetais e seus derivados são consideradas as maiores fontes alimentares de ácidos graxos ómega 6. Portanto, reduzir o consumo de alimentos que contenham este tipo de ácido graxo, constituirá com toda a certeza uma vitória alcançada. O azeite é das gorduras mais equilibrada, porque apresenta uma quantidade mínima de ômega 3 e quantidades residuais de ômega 6. Por outro lado, o óleo de linhaça é a gordura que possui mais ômega 3 e deve ser sempre utilizado a frio, uma vez que quando é aquecido, esta gordura torna-se instável, e por isso o seu aquecimento não é aconselhável.
Haverá outro tipo de gorduras que possamos consumir?
Como já tivemos oportunidade de esclarecer, o ômega 6 está presente nos frutos gordos e igualmente nas sementes. Nesta ordem de ideias devemos não só olhar para o alimento na sua totalidade e não tão somente num nutriente com determinadas características. Sendo estes alimentos muito ricos a nível nutricional e sendo alimentos sacientes, e por conseguinte poderosos aliados na gestão e manutenção do peso, devem com toda a certeza continuar a fazer parte da nossa dieta alimentar. Devemos salientar nestes dois grupos de alimentos, as nozes, a linhaça, as sementes de chia, por serem estes que carregam em si um maior índice de ácidos gordos ómega 3, ainda que contenham somente a versão vegetal, que é apenas uma parte convertida (sensivelmente entre 2 a 10%) em EPA (Ácido eicosapentaenóico) e DHA (ácido docosa-hexaenóico). Estes dois ácidos constituintes do ómega 3 são os que têm um maior poder anti-inflamatório.
Os peixes também contêm gordura. Que peixes deveremos comer?
Por outro lado, e quanto ao pescado, temos várias espécies de peixes que se destacam, pela sua riqueza em ômegas 3, tais como o salmão, a sardinha a truta, a cavala entre outros. Temos ainda que ter em atenção que estes alimentos não se encontram à nossa disposição todo o ano, pelo que há que variar e proporcionar o melhor alimento dentro da sua própria época. Falando de peixe e sendo que o consumo nos nossos dias é feito na sua maior parte por exemplares de aquacultura, compete-nos referir que o salmão por exemplo, torna-se mais rico em ômega 6, devido à sua alimentação. Contudo, aqui continuam a imperar os ômega 3. Como na realidade o acesso aos ômega 3 se afigura mais difícil, será de toda a conveniência a inclusão de um suplemento alimentar, de óleo de peixe, que seja rico em ácidos gordos ômega 3, que complemente a nossa dieta alimentar.
Resumindo, deverá haver um equilíbrio entre estes dois ácidos gordos, ômega 3 e ômega 6, para que a nossa saúde não saia a perder, com uma sobre dosagem ou a sua falta, normalmente dos ômega 3, que não é mais do que a qualidade da nossa alimentação, e é com esta que nos deveremos preocupar no nosso dia a dia, e por conseguinte preservar a nossa saúde. Está ainda a tempo de mudar os seus hábitos alimentares e prover uma melhor saúde do seu corpo, da sua disposição e do seu bem estar!
COMA BEM, VIVA MELHOR !

